Carta do Especialista 29/04/2022

2022-04-29


Carta do Especialista 🧐
Sexta-feira, 29 de abril de 2022

Será que drogas psicodélicas podem tratar quadros de doenças mentais?… Veja na carta de hoje, a Startup de robótica que arrecadou US $150 milhões em financiamento. Em seguida, Google pretende promover mais recursos de monitoramento de saúde e bem-estar, tornando assim a relação médico e paciente mais sustentável… E por falar em sustentabilidade, a fim de compensar o impacto ambiental, a Exchange Bitso, vai comprar compensações de carbono para cada transação de bitcoin em sua plataforma. E mais, da série: “proteínas animais cultivadas em laboratório” veja como será possível fazer a carne bovina.

Bora lá?! ✨

💊 Drogas psicodélicas podem ser usadas para tratar doenças mentais? – Uma IA está ajudando a descobrir

Existem muitas especulações de que drogas psicodélicas – se administradas de forma correta – podem tratar distúrbios de saúde mental como: depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático.
No entanto, ainda há poucos dados sobre o que as substâncias realmente causam no nosso cérebro, sendo assim, cientistas da Universidade MCGill em Montreal, Canadá, estão utilizando a Inteligência Artificial (IA) para fazer esta descoberta.

Os pesquisadores utilizam o Processamento de Linguagem Natural (NLP). Trata-se de um sistema que permite que assistentes de voz ou mecanismo de busca funcionem para estudar “relatórios das experiências de usuários de drogas”, a fim de esclarecer como os alucinógenos desencadeiam estados mentais específicos. Alguns dos relatos mais comuns são: euforia, ansiedade ou sensação de estar em harmonia com o mundo.

Segundo o co-líder da pesquisa, Daniel Bazdok, este é o maior estudo sobre psicodélicos, com a finalidade de desenvolver medicamentos para tratamento de distúrbios mentais.

Para este tipo de estudo, é feito ensaios clínicos randômicos, comumente conhecidos por envolver alguns participantes, uma parcela recebe o medicamento, enquanto a outra recebe o placebo, dessa forma, é feita a comparação dos efeitos em ambos os integrantes. Porém, ensaios como estes são caros, demorados, a quantidade de voluntários é baixa e as aprovações de ética são ainda mais burocráticas.

Bazdok e seus colegas da SUNY Downstate Health Sciences University em Nova York e do Broad Institute of MIT e Harvard, encontraram outro modo de fazer a pesquisa sem utilizar necessariamente cobaias humanas em laboratório. Com o NLP foi possível avaliar 6850 relatos escritos por pessoas que tomaram pelo menos 1 das 27 substâncias estudadas, dentre elas: Cetamina, MDMA, LSD e Psilocina. As contas foram acessadas no site da Erowid, uma organização autofinanciada de informações sobre produtos químicos.

Após esta coleta de informações, a equipe adicionou os dados aos registros de receptores cerebrais com os quais cada composto interage. Ao unir as etapas do processo, foi possível identificar quais receptores de neurotransmissores estão ligados a palavras sobre a experiências dos usuários com o uso de substâncias.

“Por exemplo, palavras ligadas a experiências místicas, como ”espaço”, ”universo”, ”consciência”, ”dimensão” e ”descoberta” foram associadas a drogas que se ligam a receptores específicos de dopamina, serotonina e opioides.”

Daniel acredita que o avanço poderá fazer diferença no desenvolvimento de novos tratamentos. Já o neurocientista psicodélico, Frederick Barrett, não está totalmente convencido quanto ao estudo: “As pessoas nem sempre sabem [que droga estão tomando]”, diz ele. “As doses nem sempre são bem dosadas no mundo real, e há muito mais variação nas experiências nesse contexto do que é possível reconhecer em sua totalidade”.

É comum deduzir que substâncias que provocam emoções positivas poderiam de alguma forma ajudar a melhorar a saúde mental das pessoas. Mas ainda não é possível saber quais aspectos da experiência psicodélica traz benéficos para o bem-estar.

Além disso, segundo Barrett, alguns especialistas concordam que as pessoas precisam enfrentar emoções negativas como tristeza e ansiedade para ajudar a enfrentar os traumas.

Dois pontos de vista muito interessantes… não acha?

Saiba mais no MIT Technology Review.

💰 Com o sucesso do robô bípede Digit, Agility Robotics arrecada US $150 milhões

Se você faz compras na Amazon deve ter se beneficiado com a velocidade da entrega… E um dos segredos é o investimento da varejista em inovações tecnológicas como robôs de todos os tipos. Com o robô bípede Digit, evolução de um projeto de 2018 chamado Cassie, que movimenta sacolas e pacotes, carrega e descarrega caixas, ela pode chegar a atingir a chamada “última milha”. Talvez isto possa funcionar em conjunto com drones, que também vêm sendo testados.

Recentemente, a Amazon anunciou que a Agility Robotics é uma das cinco startups iniciais que se beneficiaram do fundo de inovação de US $1 bilhão da empresa. Ela arrecadou US $150 milhões em financiamento da Série B. DCVC e Playground Global lideraram a rodada de financiamento, que também contou com a participação do Fundo de Inovação Industrial da Amazon (AIIF) – mencionado anteriormente.

“A Agility está preparada para causar um impacto poderoso, desenvolvendo e enviando robôs que são construídos para coexistir perfeitamente em nossas vidas”, disse Bruce Leak, da Playgound, em um comunicado. “Desde os primeiros dias da Agility, acreditamos que sua abordagem técnica exclusiva é a única capaz de cumprir a promessa de robôs práticos do dia a dia.”

Confira mais detalhes no TechCrunch.

📲 Inovações em Smartphones que trará benefícios a sua saúde

Quer saber como está sua saúde?… Em breve seu celular poderá dizer.

Os novos projetos do Google Health incluem pesquisas que prometem transformar Smartphones em ferramentas de triagem de doenças. Para isso, as ferramentas que os celulares já dispõem como câmera e microfone, serão os principais recursos para monitorar os pacientes.

Os microfones integrados cumprirão o papel de estetoscópio, para detectar irregularidades circulatórias como murmúrios. Já a câmera, combinada com o mecanismo de IA, Automated Retinal Disease Assessment do Google – para processar imagens – poderá detectar doenças oculares diabéticas. Segundo o Google, a ferramenta mostrou resultados promissores da detecção de uma condição chamada retinopatia diabética que pode levar à cegueira se não for tratada a tempo.

“No Google, estamos focados em liberar o potencial dos dispositivos cotidianos para apoiar a saúde e o bem-estar das pessoas”, disse Greg Corrado, chefe de Health AI do Google, em entrevista ao Digital Trends. “Tais desenvolvimentos estão se tornando possíveis graças a melhorias nos sensores em dispositivos móveis, bem como avanços em AI, e queremos estar na vanguarda desses desenvolvimentos”.

Connor Landgraf , CEO da Eko disse que os estetoscópios de smartphones também podem ser uma maneira de dar aos pacientes mais consciência e conhecimento sobre a saúde geral do coração.

Atualmente já existem aplicativos de monitoramento dos batimentos cardíacos e de atividade física combinados com pulseiras ou relógios inteligentes, disponíveis para Android e iOS.

Além dos benefícios para os usuários de Smartphone, Corrado declarou que a inovação poderá disponibilizar a ultrassom para países de baixa renda. O ultrassom usa ondas sonoras de alta frequência para criar imagens ou vídeos em tempo real de órgãos internos ou outros tecidos, como vasos sanguíneos e fetos. Porém, infelizmente em lugares de baixa renda o recurso é de péssima qualidade ou em muitos casos os pacientes não recebem ultrassonografias devido à falta de experiência na leitura de ultrassons.

Mais uma promissora inovação que fará a diferença!

Saiba mais no Digital Trends.

♻️ Transações de bitcoins mais sustentáveis

A Bitso, uma Exchange de criptomoedas com sede na Cidade do México, vai comprar compensações de carbono para cada transação de bitcoin em sua plataforma, com a intenção de compensar o impacto ambiental que a criptomoeda causa.

Para isso, a Exchange conta com o apoio da Moss.Earth, que é uma empresa de compensação de carbono com sede aqui no Brasil, em São Paulo. A solução para o altíssimo custo de energia seria banir os tokens que consomem muita energia, mas como isto não será possível, a ideia é mitigar indiretamente as emissões associadas à transação de tokens baseados em bitcoin e ethereum por meio da plataforma da Moss. Inclusive, em breve a Bitso comprará “créditos tokenizados de projetos de conservação na Floresta Amazônica no Brasil”.

Em resumo, Bitso comprará tokens MCO2 cunhados pela Moss, que por sua vez usará o dinheiro em parte para financiar projetos que preservem as florestas e financiem a agricultura sustentável.

Para a Bitso este é o “primeiro passo em direção a uma estratégia de sustentabilidade maior para lidar com os impactos ambientais da indústria de criptomoedas”. Moss acredita que a iniciativa “salvará cerca de 342 mil árvores na Amazônia, compensando aproximadamente 5.283 toneladas de dióxido de carbono”.

Não sei se vocês se lembram, mas mencionei há algumas semanas atrás o projeto dos novos chips da Intel, projetados pra esta finalidade, com um consumo muito menor de energia elétrica. Por que não associar ambas as ideias já que, na minha opinião, o bitcoin veio pra ficar?

Se realmente vai dar certo, é uma discussão interessante. Vale a pena conferir os detalhes da notícia no TechCrunch.

🧫 Que tal um churrasco no domingo? Mas..Ligue paro laboratório e não para o açougue!

Já vimos que é possível fazer uma posta de salmão, cultivada em laboratório sem utilizar a proteína do animal. E eu mesmo já mencionei alguns cases de desenvolvimento de carne bovina. Aliás tem vídeo sobre isso nas minhas redes sociais. Corra lá para conferir!

Bem, cultivar carne em um biorreator e não no campo, parece ser uma das grandes tendências alimentares da década. Até o momento, conta com a tecnologia construída em torno da multiplicação de celular de leveduras e bactérias, e não de tecido animal.

A Unicorn Biotechnologies pretende mudar isso ao criar equipamentos de confecção de alimentos em massa. A empresa arrecadou US$3,2 milhões para transformar seu protótipo de biorreator em um produto comercial.

Embora este seja um dos assuntos do momento do mundo das foodtechs, existe a pergunta se este método de cultivo de carne pode ser escalável, pois todo o processo de cultivo é longo e complexo.

“A maioria dos sistemas de biofabricação foi projetada e otimizada para produzir bactérias (produção de enzimas) ou levedura (cervejeira) ou está focada em produzir subprodutos de células animais (vacinas), não as próprias células animais”, disse o cofundador e CEO da Unicorn Bio, Jack Reid. “Usar esse hardware legado para cultivar carne requer uma reengenharia das células. Nossa abordagem e convicção principal é que é realmente mais fácil e, em última análise, melhor, projetar novos sistemas de hardware destinados a promover o crescimento em torno das células, em vez de tentar encaixar essas células em sistemas de engenharia existentes”.

A Unicorn pretende mudar isso ao criar equipamentos com automação e modularidade construídas especialmente para este propósito. Segundo Reid, um dos desafios da biofabricação é otimizar os bioprocessos, que por sua vez, pode levar anos ou décadas para escalar um bioprocesso para biorreatores em grande escala.

Já a abordagem da Unicorn ao invés de usar um grande sistema, eles optaram por usar vários sistemas menores operando em paralelo, levando em conta que, volumes menores são mais fáceis de controlar e mais fáceis de adicionar ou subtrair para atender à demanda ou compensar outras.

Importante ressaltar que a Unicorn não quer fazer carne, mas atuar como um facilitador para outros na indústria: “Estamos criando um sistema automatizado de ponta a ponta. Para operá-lo, você não precisa de um Ph.D., você simplesmente precisa ‘ligar’ seus ingredientes iniciais, selecionar o produto que você está cultivando e deixar o sistema cuidar do resto”.

E aí?… O que você achou desta proposta?

Saiba mais no TechCrunch.

Por hoje é só, até semana que vem!

https://linktr.ee/Renatograu



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