Carta do Especialista 10/02/2023

2023-02-14


Sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023.

Começo a Carta de hoje apresentando um projeto que entendo ser um importante pilar de sustentação da Medicina do Futuro, logicamente com muita tecnologia aplicada. E termino com um vídeo de um case de como as tecnologias estão mudando os hospitais. Entre um e outro, convido você a conhecer a nova tecnologia que se propõe a criar avatares inteligentes para compensar a perda de seus entes queridos. E termino com as novas tecnologias que podem transformar qualquer superfície tanto em fontes portáteis de energia como em telas sensíveis ao toque. Muitas novidades!!!!

Tudo isso e muito mais, bora lá!

🩺 CEO do Spotify lança uma nova Startup no setor da saúde
Daniel Ek, fundador e CEO do Spotify, agora está 🎯 mirando o setor de healthtechs. O executivo e seu sócio, Hjalmar Nilsonne, recentemente lançaram a Neko Health, uma startup sueca especializada em fornecer varreduras corporais com inteligência artificial.
Após anos de pesquisas e desenvolvimento, a Neko Health tem como objetivo ajudar os médicos a darem suporte aos pacientes desde os primeiros momentos. Devido aos desafios atuais que o setor da saúde está enfrentando para os sócios é fundamental que a detecção precoce e os cuidados preventivos se tornem prioridade.

“A detecção precoce e a prevenção de doenças graves evitam tanto o sofrimento humano quanto os altos custos sociais que as doenças graves implicam. Com nossa tecnologia e nossa IA, esse futuro é agora uma possibilidade. Esta poderia ser a base para toda uma nova era na saúde”, diz Hjalmar Nilsonne.

Segundo Ek, a varredura é feita de maneira não invasiva, leva apenas alguns minutos para finalizar e é seguida imediatamente por uma consulta médica pessoal para discutir os resultados. Todos os resultados ficam prontos durante a visita e o custo médio é de 150 euros por paciente, o que parece ser um valor bastante agressivo. Tempos atrás eu apresentei o case da Insilico Medicine, com uma proposta semelhante. Mas o posicionamento de custos da abordagem deles era bem diferente.

De acordo com a startup, seu scanner corporal pode detectar e medir o crescimento de marcas de nascença, erupções cutâneas, manchas da idade e verificar qualquer anormalidade na função cardíaca, pressão sanguínea e pulso. Pois é equipado com mais de 70 sensores que coletam 50 milhões de pontos de dados sobre a pele, coração, vasos, respiração, inflamação e muito mais. O sistema Neko é baseado em autoaprendizagem alimentado por IA e, portanto, a empresa espera que sua capacidade diagnóstica melhore com o tempo.

O lançamento da Startup não é exatamente uma surpresa. Aparentemente Ek já vem a bastante tempo flertando com o setor da saúde, ele e Nilsonne em 2018 fundaram a HJN Sverige, hoje Neko Health, desde então investiram mais de 30 milhões de euros na empresa, principalmente por Ek e sua empresa de investimento Prima Materia.
Eu não tenho dúvidas de que este caminho, o da Medicina de Precisão, é o futuro da Saúde. 😉

Fonte: Startupi

👨 💻 ChatGPT está acelerando a linha do tempo para trazer pessoas de volta à vida
Está difícil ficar sem falar das tecnologias associadas ao GPT3 nas últimas semanas…rs
Talvez você se lembre que em uma das Cartas anteriores, falei sobre vida após a morte no Metaverso, com previsão para que isto somente seria possível daqui a alguns bons anos, mas o empreendedor Artur Sychov, CEO da Somnium Space, acredita que isto será possível mais cedo do que imaginávamos: “A IA está progredindo extremamente rápido. Honestamente, está progredindo mais rápido do que esperávamos”, disse Sychov ao Motherboard.

Ainda não seria o conceito da série Upload, da Amazon Prime, em que sua consciência e memória seriam transferidas para um avatar no Metaverso… 🤔Digamos que seria um avatar clone digital seu vivendo neste mundo virtual…

O recurso “Live Forever” do Somnium Space é simples, pelo menos em teoria: entregue à empresa de Sychov um monte de dados pessoais e eles criarão um “você” digitalizado, que “viverá” “para sempre” no Metaverso. Deixe uma versão sua, suficientemente realista, para que seus entes queridos consigam superar o luto de uma forma mais tranquila. A proposta aqui não é bem uma “imortalidade física” do Jedd Bezos, mas de certa forma manterá você vivo para aqueles que assim desejam.
“Literalmente, se eu morrer – e tiver esses dados coletados – as pessoas, como meus filhos e parentes, podem entrar e conversar com meu avatar, com meus movimentos, com minha voz”, disse Sychov ao Motherboard em uma entrevista anterior em abril passado. “Você conhecerá a pessoa. E talvez nos primeiros 10 minutos enquanto falar com essa pessoa, você não saberá que na verdade é uma IA. Esse é o objetivo.”

Na época, Sychov disse ao Motherboard que “Live Forever” estava a pelo menos cinco anos de distância. Mais recentemente, o CEO da Somnium acredita que levará bem menos tempo, talvez daqui a dois anos ou até menos, e tudo graças ao trabalho da OpenAI.

O chatbot da empresa aparentemente empurrou o projeto de imortalidade para o hiperdrive, fornecendo até mesmo um plano passo a passo detalhando como se integrar ao cenário mais amplo do mundo digital de Sychov depois de ser instalado em um dos avatares de robôs do jogo.
E aí? O que você acha da ideia? Será que ao invés de olharmos fotos e vídeos antigos para relembrarmos de nossos entes queridos que se foram, usaremos este tipo de tecnologia? 🤷

Fonte: Futurism

☀ Transforme qualquer superfície em uma fonte de energia
Já pensou em viajar para algum lugar e poder levar com você sua própria fonte de energia? Algo leve o suficiente para ser transportado e de fácil instalação em estruturas maleáveis como velas de barco, drones, tendas ou barracas de acampamento?🤔 Bem… o MIT criou uma célula solar flexível, da espessura de um papel, que permite transformar superfícies comuns em fontes de captação de energia solar.

Como as placas solares funcionam?
Essas células solares duráveis e flexíveis, que são muito mais finas do que um cabelo humano, são coladas a um tecido forte e leve, tornando-as fáceis de instalar em uma superfície fixa. Eles podem fornecer energia em movimento como um tecido de energia vestível ou ser transportados e rapidamente implantados em locais remotos para assistência em emergências. Eles têm um centésimo do peso dos painéis solares convencionais, geram 18 vezes mais energia por quilograma e são feitos de tintas semicondutoras usando processos de impressão que podem ser dimensionados no futuro para a fabricação de grandes áreas. Esta tecnologia solar leve pode ser facilmente integrada em ambientes construídos com necessidades mínimas de instalação.

“As métricas usadas para avaliar uma nova tecnologia de célula solar são tipicamente limitadas à sua eficiência de conversão de energia e seu custo em dólares por watt. Igualmente importante é a facilidade com que a nova tecnologia pode ser adaptada além de ser uma das novas fontes de energia livres de carbono”, diz Vladimir Bulović, presidente da Fariborz Maseeh em Tecnologia Emergente, líder do Laboratório de Eletrônica Orgânica e Nanoestruturada (ONE Lab), diretor do MIT.nano e autor sênior de um novo artigo descrevendo o trabalho, publicado recentemente na Small Methods.

Material utilizado para criação das placas

As células solares de silício tradicionais são frágeis, por isso devem ser envoltas em vidro e embaladas em estrutura de alumínio pesada e grossa, o que limita onde e como elas podem ser implantadas.
Seis anos atrás, a equipe do ONE Lab produziu células solares usando uma classe emergente de materiais de filme fino que eram tão leves que podiam ficar em cima de uma bolha de sabão. Mas essas células solares ultrafinas foram fabricadas usando processos complexos baseados em vácuo, que podem ser caros e desafiadores de escalar.
Neste trabalho, eles se propuseram a desenvolver células solares de filme fino que são totalmente imprimíveis, usando materiais à base de tinta e técnicas de fabricação escaláveis. Eles encontraram um material ideal para aplicar a impressão: um tecido composto que pesa apenas 13 gramas por metro quadrado, comercialmente conhecido como Dyneema. Este tecido é feito de fibras que são tão fortes que foram usadas como cordas para levantar o navio de cruzeiro afundado Costa Concordia do fundo do Mar Mediterrâneo. Ao adicionar uma camada de cola curável por UV, que tem apenas alguns mícrons de espessura, eles aderem os módulos solares às folhas deste tecido. Isso forma uma estrutura solar ultraleve e mecanicamente robusta.
Superando as células solares convencionais
Quando testaram o dispositivo, os pesquisadores do MIT descobriram que ele poderia gerar 730 watts de energia por quilograma quando autônomo e cerca de 370 watts por quilograma se implantado no tecido Dyneema de alta resistência, que é cerca de 18 vezes mais energia por quilograma do que as células solares convencionais.
“Uma instalação solar típica no telhado em Massachusetts é de cerca de 8.000 watts. Para gerar essa mesma quantidade de energia, nossa energia fotovoltaica de tecido só adicionaria cerca de 20 Kg ao telhado de uma casa “, diz ele.
Eles também testaram a durabilidade de seus dispositivos e descobriram que, mesmo depois de rolar e desenrolar um painel solar de tecido mais de 500 vezes, as células ainda mantinham mais de 90% de suas capacidades iniciais de geração de energia.
Embora suas células solares sejam muito mais leves e muito mais flexíveis do que as células tradicionais, elas precisariam ser envoltas em outro material para protegê-las do meio ambiente. O material orgânico à base de carbono usado para fazer as células poderia ser modificado interagindo com a umidade e o oxigênio no ar, o que poderia deteriorar seu desempenho.
“Envolver essas células solares em vidro pesado, como é padrão com as células solares tradicionais de silício, reduziria o valor desta descoberta, de modo que a equipe está atualmente desenvolvendo soluções de embalagem ultrafinas “, diz Mwaura.
Esta pesquisa é financiada, em parte, pela Eni S.p.A. através da MIT Energy Initiative, da U.S. National Science Foundation e do Natural Sciences and Engineering Research Council of Canada.
A importância deste projeto.
A inovação pode transformar completamente um mercado que já está em ascensão. A energia solar é um setor que está em crescimento no Brasil (51,4% no 1º semestre, segundo o Portal Solar) e no mundo, mas que ainda possui particularidades de instalação (alto custo, placas não tão flexíveis, entre outros).
Por ser um país tropical, investidores estrangeiros estão de olho nas possibilidades de investimento em energia limpa – e a solar é um dos principais destaques. A empresa chinesa de energia e veículos elétricos BYD, por exemplo, planeja investir R$ 10 bilhões no país nos próximos três anos, justamente no setor de energia solar e mobilidade elétrica.

Fonte: MIT News

🫵 Transforme qualquer superfície em uma tela sensível ao toque
Já contei para você como transformar uma superfície qualquer em fonte de energia. Agora que tal fazer o mesmo, mas transformando em uma tela sensível ao toque? Mas se você já colocou em prática anterior, será que vai tomar um choque? 😂
Pesquisadores da Universidade Metropolitana de Tóquio desenvolveram a tecnologia “HumTouch”, que transforma materiais comuns em sensores de toque. Ele detecta a corrente que passa da ponta dos dedos para qualquer superfície parcialmente condutora e identifica o local que foi tocado. O processo desenvolvido por Shogo Okamoto e sua equipe, poderia converter uma bancada na cozinha, por exemplo, ou uma mesa de escritório em uma tela “touch screen”.
Você sabia que a corrente que sai do corpo é baseada na indução? Cada cômodo da sua casa está cheio de ondas eletromagnéticas, um exemplo, são as conexões móveis ou cabos elétricos nas paredes. Estes são captados pelo corpo e convertidos em corrente elétrica, que é descarregada quando uma superfície condutora é tocada. Inicialmente, os eletrodos apenas “reconhecem” que há um toque, mas não onde ele ocorre. No entanto, para realizar tarefas de controle, a localização é essencial.
Para isso, é necessário um processo de aprendizagem. Segundo os cientistas, o HumTouch precisa ser tocado mais de 20 vezes em lugares diferentes por um usuário para que o processo de aprendizado ocorra. As correntes medidas em cada caso são atribuídas ao respectivo ponto de contato. Isso é feito usando um algoritmo que a equipe desenvolveu para esse fim. Com o tempo, ele aprende a registrar o ponto tocado com precisão de um centímetro.
Mas a princípio, os toques de estranhos não podiam ser localizados. Devido às diferenças individuais no corpo humano, as correntes diferem. Para remediar essa deficiência, os engenheiros realizaram o experimento de toque com vários testadores e combinaram os dados para que os toques de qualquer outra pessoa pudessem ser localizados com precisão no final.
Os pesquisadores esperam que o HumTouch consiga transformar qualquer objeto atualmente inanimado e off-line em um dispositivo inteligente, adicionando ainda mais recursos interativos no nosso ambiente.
Agora já podemos transformar superfícies em geradores de energia e telas touch screen… 😃 Achei bem legal! O que mais será que vem por aí?
Fonte: Eurekalert

🏥Inteligência artificial está ajudando no atendimento de pacientes em hospital da Flórida
Nos últimos anos tenho dado muitas palestras e aulas abordando como os avanços tecnológicos estão transformando a área da Saúde, com tecnologias como a Inteligência Artificial e Machine Learning. Algumas delas já chegaram aos hospitais, aumentando a produtividade das equipes médicas e melhorando a relação com o paciente, automatizando processos e gerando mais rapidez e precisão nos diagnósticos.
Veja este rápido vídeo do Centro de Saúde da Universidade da Flórida, que faz o uso de sistemas de Inteligência Artificial para trabalhar com mais de 350Gb de informações geradas por paciente, através de sensores, câmeras, e dispositivos de todos os tipos. Os algoritmos estão sendo treinados e futuramente irão fornecer recomendações de tratamentos em tempo real.

Fonte: Nbcnews

Por hoje é só!

Renato Grau



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