Carta do Especialista 05/08/2022

2022-08-08


Sexta-feira, 05 de agosto de 2022.

Você sabia que as empresas conseguem descobrir quando uma mulher engravida antes mesmo dela divulgar a notícia para seus entes queridos?… Já no Metaverso, identificar esta e outras informações sobre os usuários será fichinha se comparado a outras formas de navegação na internet. No campo da medicina, engenheiros do MIT desenvolveram um adesivo de ultrassom.. E enquanto isso, uma IA conseguiu prever com sucesso quase todas as proteínas conhecidas pela ciência.

Tudo isso e muito mais! Bora lá?! ✨

🤰 Você está grávida! Mas é a última a saber…

Andrew Pole, um estatístico que trabalhava para a Target, recebeu um destaque em 2012 na New York Times Magazine pelo seu trabalho de identificar potenciais clientes grávidas – mesmo que essas consumidoras não quisessem divulgar a notícia.

Segundo Pole, este é um mercado multimilionário, e a estratégia da Target era chegar nas futuras mães com cupons e promoções antes da concorrência.

Após vasculhar os dados de vendas feitas através de computadores estaduais, os registros públicos de bebês da Target mostraram a Andrew um padrão que ele identificou como pontos de “previsão de gravidez” atribuídos a cada um dos clientes regulares da empresa.

A estratégia funcionou muito bem, os algoritmos da Target eram tão precisos que a empresa enviou cupons de berços para uma adolescente antes que seu próprio pai soubesse da gravidez.

Uma década mais tarde, essa tática deixou de ser novidade, afinal, todas as empresas estão atrás dos seus dados. Recentemente, uma investigação do Gizmodo sobre alguns dos maiores despachantes de dados do país encontrou mais de duas dúzias promovendo acesso a conjuntos de dados contendo informações digitais sobre milhões de grávidas e potencialmente grávidas em todo o país.

No total, o Gizmodo identificou 32 negociantes diferentes nos EUA vendendo acesso aos IDs móveis exclusivos de cerca de 2,9 bilhões de perfis de pessoas identificadas como “grávidas ativamente” ou “comprando produtos para maternidade”. Também no mercado: dados de 478 milhões de perfis de clientes rotulados como “interessados em gravidez” ou “pretendendo engravidar”.

Em todos os casos, esses conjuntos de dados foram vendidos com base no que é conhecido como “CPM” ou “custo por mil” – o que basicamente significa que quem os compra paga apenas pelo número de usuários finais alcançados com um determinado anúncio. Dependendo de quem estava oferecendo um conjunto de dados, o preço por usuário variou de 49 centavos por usuário alcançado a incríveis US $2,25.

Neste caso, os conjuntos de dados contêm informações de mais de 3,4 bilhões de pessoas, que é muito significativo mas, ao mesmo tempo, apresentam algumas inconsistências, como: não saber quantos são indivíduos únicos, se todos os dados são de grávidas, se eles estão repetidos, de quais países vêm as informações, se eles vieram com as autorizações devidas ou de sites em paralelo, como aqueles de cupons …MUITA ATENÇÃO! ⚠️

Seja como for, na internet, se você está consumindo ou usando algo DE GRAÇA, tenha a certeza: VOCÊ É O PRODUTO 🫵. Por isso, fique atento!

Confira a matéria completa no Gizmodo.

👤 Metaverso vs Privacidade

Falando em você ser o produto nas redes sociais, e seus dados serem a moeda de troca pela sua privacidade, no Metaverso, a tendência é piorar. Pelo menos é o que diz o artigo

“Explorando os riscos de privacidade sem precedentes no Metaverso”, da UC Berkeley (EUA) e Universidade Técnica de Munique (Alemanha), com base em testes de um jogo de realidade virtual do tipo “sala de fuga”, com o objetivo de mapearem a quantidade de dados que um invasor pode acessar.

Os pesquisadores, Vivek Nair, Gonzalo Munilla Garrido e Dawn Song, contaram com a participação de 30 pessoas utilizando Realidade Virtual. Eles desenvolveram uma estrutura para avaliar e analisar as possíveis ameaças à privacidade. Conseguindo identificar mais de 25 exemplos de dados privados disponíveis para potenciais invasores, ressaltaram alguns que seriam difíceis ou improváveis de serem capturados por aplicativos móveis ou web.

Não é novidade que os softwares e dispositivos de realidade aumentada sejam ricos em informações sobre os usuários, uma “mina de ouro de dados”, o que faz com que uma das maiores motivações para grandes empresas, como a Meta, investirem bilhões neste mercado. O Metaverso está vindo com tudo e junto com ele vêm as preocupações com a privacidade.

“Tecnologias avançadas, especialmente em óculos de realidade virtual, rastreiam informações comportamentais e biométricas em escala recorde”, explica o Everest Group em seu recente relatório: “Domar a Hidra: Confiança e Segurança no Metaverso”.

“Atualmente, as tecnologias digitais podem capturar dados sobre expressões faciais, movimentos das mãos e gestos. Portanto, informações pessoais e confidenciais que vazarão pelo Metaverso no futuro incluirão informações do mundo real sobre hábitos do usuário e características fisiológicas”.

Nair e Munilla reconheceram que alguns dos atributos coletados na pesquisa poderiam ter sido identificados por pesquisas em sites, celulares ou interações on-line. No entanto, os aplicativos no Metaverso conseguem expandir a capacidade de captura em uma escala maior: “Temos uma situação em que todas essas categorias de informações podem ser coletadas de uma só vez, em poucos minutos”, explicaram.

A quantidade de informações levadas para o Metaverso, diferentemente dos sites e aplicativos, torna quase impossível que um usuário consiga se manter anônimo. E, como solução, estes pesquisadores desenvolveram um plugin para o motor de jogo “Unity” chamado “MetaGuard”. A escolha do nome é autoexplicativa mas os pesquisadores a descreveram como um “modo de navegação anônima para VR’.

Cabe a reflexão sobre como será o nosso cotidiano depois que vivermos parte dele no Metaverso… 🤔

Saiba mais no The Register.

🩹 Ultrassom dos órgãos internos através de um adesivo?

Em um artigo recém-publicado na revista Science, engenheiros apresentaram uma nova ideia de ultrassom: um dispositivo do tamanho de um selo que adere à pele, como um adesivo, que fornece imagens de ultrassom contínuas de órgãos internos por até 48 horas. UAU!!!! 😱😱

O novo design torna a tecnologia muito mais viável, dado que, atualmente, a ultrassonografia requer equipamentos volumosos e especializados, disponíveis apenas em hospitais e consultórios médicos.

Os testes realizados em voluntários, obtiveram bons resultados ao demonstrar que os dispositivos são capazes de reproduzir imagens ao vivo em alta resolução dos principais vasos sanguíneos e órgãos mais profundos como o coração, pulmões e estômago. Além disso, os adesivos mantiveram uma forte adesão, inclusive, capturaram mudanças nos órgãos subjacentes à medida que os voluntários faziam várias atividades, incluindo sentar, ficar em pé, correr e andar de bicicleta.

Por enquanto, o projeto exige que o adesivo seja conectado fisicamente a aparelhos que traduzem as ondas sonoras refletidas em imagens. Mas mesmo em sua forma atual, os adesivos já podem ser utilizados imediatamente. Os dispositivos cumprirão um papel semelhante aos adesivos de eletrocardiograma de monitoramento cardíaco, podendo criar imagens contínuas de órgãos internos sem a necessidade de um técnico para manter uma sonda no lugar por muito tempo.

O próximo passo, será transformar os adesivos em produtos de imagens vestíveis para que os pacientes possam utilizar fora dos consultórios, e serem adquiridos em farmácias.

“Nós imaginamos alguns patches aderidos a diferentes locais do corpo, e os patches se comunicariam com seu celular, onde algoritmos de IA analisariam as imagens sob demanda”, diz o autor sênior do estudo, Xuanhe Zhao, professor de engenharia mecânica e engenharia civil e engenharia ambiental do MIT. “Acreditamos que inauguramos uma nova era de imagens vestíveis: com alguns “remendos” em seu corpo, você pode ver seus órgãos internos”.

Vale a pena saber mais no MIT News.

💪 Inteligência Artificial previu a estrutura de quase todas as proteínas conhecidas

A ferramenta da AlphaFold, DeepMind, previu com sucesso quase todas as proteínas conhecidas pela ciência. E disponibilizou seu banco de dados de mais de 200 milhões de proteínas para o público gratuitamente – o que contribui para novas descobertas científicas.

As proteínas são os blocos de construção da vida e desempenham papéis inumeráveis no corpo como unidades estruturais, moléculas de transporte, bem como catalisadores funcionais de reações químicas no corpo como enzimas. A estrutura 3D única que cada uma dessas proteínas assume no corpo, pelo dobramento de suas cadeias de moléculas de aminoácidos constituintes, desempenha um papel importante em sua função.

Durante anos, a biologia busca prever estruturas de proteínas através de experimentos caros, incluindo o uso de métodos meticulosos e demorados, como cristalografia de raios-X ou microscopia eletrônica. Com a chegada dos computadores, os pesquisadores construíram modelos virtuais de como as cadeias de aminoácidos que compõem as proteínas se dobrariam sob diferentes condições e levariam à estrutura 3D geral das proteínas.

Em 2020, a DeepMind, lançou o código-fonte do AlphaFold e disponibilizou as estruturas de 1 milhão de proteínas, incluindo quase todas as proteínas do corpo humano, em seu banco de dados “AlphaFold Protein Structure Database” . O banco de dados foi construído em conjunto com o Laboratório Europeu de Biologia Molecular, um instituto público internacional de pesquisa que já abriga um grande banco de dados de informações sobre proteínas.

“O AlphaFold é provavelmente a maior contribuição da comunidade de IA para a comunidade científica”, disse Jian Peng, professor de ciência da computação da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, especializado em biologia computacional.

Segundo Peng, o AlphaFold também será de grande ajuda para os cientistas ao reavaliar pesquisas anteriores com o intuito de entender melhor como as doenças acontecem.

E no futuro, o avanço pode levar a uma melhor compreensão de doenças genéticas raras e ajudar a desenvolver novas vacinas 💉 e medicamentos.

Saiba mais no MIT Technology Review.

🚘 Problemas reais já sendo resolvidos – em minutos – pela computação quântica!

Recentemente a empresa de computação quântica Quantum Computing Inc. (QCI) ganhou destaque depois de ter conseguido resolver um problema de otimização proposto pela BMW, chamado de “Vehicle Sensor Placement Challenge (VSPC)”. O objetivo era indicar o posicionamento ideal dos sensores do veículo e envolvia 3.845 variáveis e 500 restrições.

A tecnologia conseguiu resolver o problema – com a melhor solução possível – no tempo recorde de apenas 6 minutos, demonstrando um desempenho 70 vezes superior ao computador quântico que resolveu o mesmo problema em 2021. E a solução final envolveu apenas 15 sensores, que proporcionam 96% de cobertura do veículo.

“Estamos muito orgulhosos de ter alcançado o que acreditamos ser um importante resultado histórico na evolução do quantum”, disse Bob Liscouski, CEO da QCI, em um comunicado à imprensa.

“Acreditamos que isso prova que tecnologias inovadoras de computação quântica podem resolver problemas reais de negócios hoje. O que é ainda mais significativo é a complexidade do problema resolvido. Este não foi apenas um problema rudimentar para mostrar que soluções quânticas serão viáveis algum dia; este foi um problema muito real e significativo, cuja solução pode contribuir potencialmente para acelerar a realização da indústria de veículos autônomos.”

Resolver problemas do mundo real como este, mostra as vantagens que a computação quântica têm sobre os computadores tradicionais, que dificilmente conseguiriam encontrar a solução, ou mesmo que tentassem, levariam muito tempo.

É importante ressaltar que, colocar corretamente os sensores num carro autônomo, é um processo complexo e que envolve uma enorme quantidade de variáveis como, por exemplo, o design do chassi, a ausência de obstáculos, as condições meteorológicas, a distribuição do peso do carro, etc. Os processos tradicionais envolvem várias tentativas e erros, o que acaba resultando em retrabalhos, muitas vezes com a aplicação em cada um dos carros recomeçando do zero. Como sabemos, nas indústrias, ⏳ “tempo é dinheiro” 💸: a rapidez e eficiência são fundamentais.

Confira os detalhes da notícia no Tom´s Hardware.

Por hoje é só!



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