HACKATHONS

Outro dia estava em um Shopping e veio até mim um jovem de uns 15 anos com seus pais, falando eufórico:

“Olha pai foi ele que fez aquele negócio que falei para vocês na minha escola”

Confesso que no primeiro momento fiquei bem assustado (quem não ficaria...) pois não reconheci o garoto e os pais, mas depois vi os semblantes super felizes dos pais falando: “Gostaríamos de te agradecer, o meu filho depois que participou do que vocês fizeram na escola dele não para de falar de empreendedorismo e que quer fazer algo para mudar o mundo” com grande alegria vi que eles estavam falando sobre o Hackathon que eu e o Luiz Schimitd, amigo e presidente do ITESCS ministramos meses atrás na escola do garoto.

Não é todo dia que um garoto te aborda com seus pais em um Shopping, mas a partir deste dia comecei a entender como um Hackathon pode mudar a vida de um jovem. Hackathon é uma ferramenta de Design Thinking que consiste em pegar problemas que enfrentamos no dia a dia e proporcionar soluções através da criação de novos produtos ou serviço utilizando metodologias ágeis como canvas, MVP, pitch entre outros, metodologia que eu e Luiz chamamos de Zero to Hero: onde começamos do nada (zero) incentivando os participantes a focar no problema e depois na solução, gerar valor e transformando solução em uma Startup, mostrando para os participantes que todos podem ser empresários (Hero).

Já realizamos mais de 10 Hackathons e impactando mais de 500 jovens em instituições de ensino, apoiando a docência levando empreendedorismo e tecnologia aos alunos.

Depois do susto, o que é Hackathon?

A palavra Hackathon vem da junção de duas palavras em inglês: HACK (palavra que origina Hacker) significa cortar e mudar algo que “sempre foi assim” e encontrar novos caminhos, o próprio hacker faz isso (encontra caminhos e brechas para fazer algo porém malicioso) no caso do Hackathon é encontrar novos caminhos para o bem e para o empreendedorismos. Já sufixo THON vem da palavra Marathon (maratona em inglês) isso porque o Hackathon acontece um curto espaço de tempo (normalmente 54 horas ininterruptas), na escola do garoto adaptamos para 8 horas com foco em ideação.

Iniciamos com a contextualização do porque o mundo está mudando os hábitos de consumo e mostrando os novos modelos de negócios que estão surgindo neste momento, a partir dai dividimos os participantes aleatoriamente (muito a contra gosto dos jovens que querem ficar ao lado dos seus amigos) em grupos onde cada time é uma Startup.

Ame o problemas e não a solução

Um dos maiores problemas de empresas tradicionais é que se apegam muito na solução e lapidando com marketing e estratégias de vendas algo que o cliente não quer e exatamente esse é o motivo pela qual as empresas não conseguem crescer, pois criam algo que não gera valor ao cliente, por isto após a criação dos grupos são “obrigadas” e questionadas a discutirem sobre problemas reais da sociedade e depois de exaurir o problema são levados a pensar em soluções com grande poder de escala.

Apoiados por mentores (empresários e investidores convidados e que já passaram por essa jornada empreendedora) os jovens são conduzidos a criarem a sua própria Startup treinando para fazer seu pitch (apresentação) simulando o que acontece com as Startups na apresentação das suas empresas para investidores igual ao programa Shark Tank.

Afinal o que é Startup?

Atuo com Startups já fazem 5 anos, sou mentor investidor e advisor em diversas Startups, na minha empresa Atlantic Hub (empresa que assessora os empresários brasileiros a internacionalizar suas empresas para Europa) apoiamos na internacionalização diversos empresários e empresarias que começaram igualzinho a esses jovens: RESOLVENDO PROBLEMAS, montando uma empresa de sucesso, alcançando um patamar de expansão para fora do Brasil.

Startups hoje é um nome muito utilizado para nomear empresas de tecnologia que tem um alto grau de crescimento com baixo custo operacional, dando um poder de escala e sempre com novos produtos e serviços em um mercado que já está consolidado, gosto de dar exemplo do iFood (poderia aqui falar do Uber que mudou o mercado de transporte, mas vamos falar de uma Startup brasileira!!!) que trouxe ao mercado de alimentação uma nova forma de consumo alinhando tecnologia com atendimento, proporcionando aos clientes (restaurantes) uma nova maneira de atender o seu público e o mais importante ganhando muito dinheiro com isso.

De acordo com a ABStartup (Associação Brasileira de Startups) existem mais de 12.700 Startups no Brasil, número que vem crescendo ano a ano. Sempre converso com diversos empreendedores de Startups e confesso que vejo algumas startups que fazem o mais do mesmo, as vezes sem inovação ou atendendo um mercado muito pequeno, isso porque o brasileiro tem uma grande vocação para ser empreendedor, porem o empreendedorismo muito mais de necessidade do que por oportunidade, criando negócios similares com o que já existe sendo engolido pela concorrência ou pela falta de gestão.

Um Hackathon aflora o empreendedorismo nos participantes questionando a não criarem soluções “mais do mesmo” procurando oportunidades para gerar soluções com escala.

Despertando o jovem para algo incrível

Voltando ao garoto, lembrei que durante o Hackathon ele era um dos mais empolgados, prestando atenção em toda a dinâmica, incentivando os colegas a participar e é claro fazendo o pitch para a banca, a mesma empolgação que ele estava quando me abordou com os pais, isso porque ele foi despertado para algo incrível: o poder do empreendedorismo, não no sentido de que ele vai virar um empresário (que vejo que com certeza vai se tornar) mas no sentido de ser um jovem diferenciado com espírito de liderança, muito apropriado para os dias de hoje onde precisamos ser cada vez mais colaborativo e pensar em soluções que mudem o mundo.

Ao final de cada Hackathon, eu e Luiz sempre saímos de um Hackathon com uma grande satisfação e poder ver que fizemos um grande trabalho, bastante exaustivo (8 horas com 50 jovens não é fácil..), porém de grande importância pois mostramos aos jovens que participaram que podem ser algo na vida além de colaboradores em empresas e sim criar a sua própria jornada, e para os jovens que querem seguir a carreira corporativa ensinamos a se diferenciar dentro das empresas que vão atuar.

Não podia deixar de agradecer Feliciana Nogueira, nossa coordenadora do ITESCS que cuida da parte administrativa e operacional antes e pós Hackathon, parte indispensável para a realização.

Quer saber como um Hackathon pode mudar sua instituição de ensino? Vou deixar aqui o meu e-mail pessoal para quem quiser saber mais:

vicepresidente@itescs.com.br

Irei responder com o maior prazer, até lá! 

Thiago Y. Matsumoto

Sócio e Head of Commercial da Atlantic Hub, Co-Founder da COREangel Atlantic e da Lunctus Angel Startup Investing, Co-Founder da Conexão Europa. Palestrante, Mentor, Advisor e Investidor anjo atuando com startups. Investidor do Bossa Nova Investimentos. Membro do conselho da incubadora Mondó da Universidade Metodista de SP. Diretor de Logística Ong - AMDAF Projeto Olhos do Xingu.

Vice Presidente do ITESCS (Instituo de Tecnologia de São Caetano do Sul) instituo sem fins lucrativos associativo, com a missão de transformar e auxiliar do desenvolvimento da região do ABC (Grande São Paulo) através de tecnologia e empreendedorismo.


Entre em contato

Quer saber como um Hackathon pode mudar sua instituição de ensino? Vou deixar aqui o meu e-mail pessoal para quem quiser saber mais:

vicepresidente@itescs.com.br