Carta do Especialista! 🧐
Sexta-feira, 07 de janeiro de 2022
Inicio a carta de hoje com as descobertas divulgadas pela NASA em 2021. E, um assunto que parece ficção científica: já imaginou ter um celular que se autorrepara? Aposto que uma tecnologia como esta trará grande economia pro bolso, pra compensar os prejuízos decorrentes dos problemas com segurança de dados. Já na Alemanha para que a privacidade do usuário seja garantida, a retenção de dados deverá ser abolida. Continuando na internet, será que uma IA pode nos ajudar a ser mais amigáveis com os outros?
Você verá tudo isso e muito mais! Bora lá?
🚀 As maiores descobertas científicas feitas na ISS em 2021
Há muitos questionamentos a respeito dos altos custos dos programas espaciais. Algumas pessoas acreditam que enquanto existirem problemas básicos em nosso planeta, como falta de água e comida, não deveriam ser direcionados recursos para além de nossa estratosfera…
Mas…Veja só os resultados dos últimos estudos na Estação Espacial Internacional, em especial em relação aos reflexos da microgravidade na saúde dos seres humanos, no caso dos astronautas, que são pessoas como nós:
- Perda óssea: o problema que afeta astronautas que ficam muito tempo no espaço sem o efeito da gravidade para sustentar os seus pesos é semelhante ao que acontece com as pessoas mais velhas. Estudos realizados no ISS foram capazes de prever a perda óssea com base em biomarcadores e histórico de exercícios. A longo prazo, podem ajudar a criar melhores regimes de exercícios para minimizar os efeitos;
- Saúde cardiovascular: a Agência Espacial Russa Roscosmos estudou como a estrutura das veias nas pernas muda na microgravidade. Os pesquisadores descobriram que fazer parte de duas missões espaciais separadas não piorava os efeitos da viagem, se houvesse intervalo de tempo suficiente entre elas e se o astronauta tivesse uma boa saúde muscular. Em outra palavras, com uma rotina de exercícios físicos, os astronautas estariam protegidos contra estes problemas.
- Regeneração celular: outro estudo de saúde mais aprofundado em células-tronco descobriu que estar em microgravidade melhora potencialmente a capacidade de regeneração das células.
Podemos esperar muito mais avanços para este ano. Saiba mais no Digital Trends e no site da NASA: https://bit.ly/3pXL60y
🔬 “Siri…Repare a tela quebrada do Iphone!”
Do Exterminador do Futuro ao Traje do Homem-Aranha, robôs e dispositivos auto reparadores abundam em filmes de ficção científica. Na realidade, porém, o desgaste reduz a eficácia dos dispositivos eletrônicos até que eles precisem ser substituídos.
Já imaginou a tela rachada do seu celular se “curando” durante a noite, ou painéis solares fornecendo energia aos satélites, de maneira contínua reparando os danos causados por micrometeoritos?
Uma descoberta do Dr. Yehonadav Bekenstein e sua equipe no Instituto de Tecnologia de Israel tem grande potencial para tornar a teoria em realidade: recentemente foi anunciado que desenvolveram nanocristais semicondutores que podem curar a si mesmos.
Do ponto de vista ambiental, esta pesquisa trará grandes impactos positivos, dado que, hoje é difícil reciclar aparelhos eletrônicos usados, pois o próprio material se degrada com o tempo. Outra vantagem será financeira, visto que, com apenas um único investimento teremos um dispositivo por um longo prazo.
O estudo do Technion foi feito por meio de uma família de semicondutores, chamadas perovskitas de haleto. Cerca de cinco anos atrás, a equipe de cientistas descobriu que se uma célula solar de perovskita danificada por conta do uso for deixada no escuro, em algumas circunstâncias o dispositivo volta ao seu funcionamento de quando tinha acabado de ser usado pela primeira vez. Isto levou à teoria de que esses materiais podem se autorreparar.
Ficou interessado em saber mais detalhes? Confira as matérias completas em https://bit.ly/3q0eBP7 e https://bit.ly/3JMzHbG
👨🏻💻 Custo por incidentes de segurança alcançou o maior valor em 17 anos
Os impactos da pandemia atingiram até mesmo o mundo virtual: os ataques cibernéticos aumentaram e os números continuam subindo.
Consequentemente o custo por incidentes de segurança também, principalmente os que envolvem dados pessoais.
Muitas empresas tiveram que se adaptar ao trabalho remoto ou híbrido e, apesar de ser uma solução para dar continuidade nos negócios, houve consequências desagradáveis como aumento nas falhas de segurança. Os colaboradores continuaram trabalhando à distância, acessando recursos tecnológicos da empresa, muitas vezes, com os próprios equipamentos pessoais, dessa forma abrindo brechas para ataques, uma vez que, não há sempre garantia de que estes equipamentos estejam seguros.
Apesar da vigência da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) ter entrado em vigor, que obriga as empresas aumentarem os níveis de proteção dos dados pessoais de seus clientes, funcionários e parceiros, os incidentes de segurança continuaram crescendo.
O instituto de Ponemon e o IBM Security fizeram uma parceria para gerar um relatório de custo de uma Violação de Dados em 2021: “A pesquisa é conduzida de forma independente pelo instituto e os resultados são patrocinados, analisados, relatados e publicados pela IBM Security. Agora em sua 17ª edição, foram analisados 537 incidentes, com mais 3.500 entrevistas em 17 países, incluindo o Brasil, de 17 segmentos diferentes – saúde, energia, financeiro, farmacêutico, tecnologia, indústria, serviços, entretenimento, educação, transporte, comunicação, bens de consumo, varejo, hospitalidade, mídia, pesquisa e setor público.”
Esta análise é bem completa, leva em consideração diversos aspectos para conseguir mensurar custos de um ataque, causas da violação de dados, tempo para detectá-las e contê-las, perdas financeiras causadas pelo período de indisponibilidade, medidas de segurança adotadas antes do incidente, dentre outras.
Alguns dados apurados:
- O custo médio global de uma violação de dados foi de US$ 4,24 milhões, um aumento de quase 10% em relação à 2020, cujo custo foi US$ 3,86 milhões. Esse é o maior valor nos 17 anos em que a pesquisa é realizada. Incidentes que envolvem ransomware tiveram um custo ainda maior: US$ 4,62 milhões, sem considerar o preço do resgate;
- O setor com maior custo foi o de saúde, pelo 11º ano, chegando a US$ 9,23 milhões, o que representa um crescimento de 21% em relação a 2020. Em segundo lugar temos o setor financeiro (US$ 5,72 milhões) e, em terceiro, o setor farmacêutico (US$ 5,04 milhões);
- O tempo médio para identificar e mitigar um incidente é de 287 dias — 7 dias a mais que no levantamento de 2020 — sendo 212 dias para identificar e 75 dias para mitigar a violação.
Veja dados adicionais e saiba como mitigar estes riscos no MIT Technology Review: https://bit.ly/3JMolVb
🚫A retenção de dados pessoais poderá ser abolida na Alemanha de uma vez por todas
O novo governo alemão deseja alterar a regulamentação de retenção de dados para que ela cumpra os direitos constitucionais de privacidade europeus e alemães. Qualquer armazenamento de dados de telecomunicações sem qualquer motivo deve ser proibido.
Uma boa notícia para os alemães e um sinal para o resto do mundo de que seu direito à privacidade está sendo respeitado – pelo menos na Alemanha: Marco Buschmann, o novo ministro Federal da Justiça, quer abolir a retenção de dados, questão discutida há anos no país. No momento, as disposições para retenção de dados por várias semanas também estão incluídas na recentemente alterada Lei de Telecomunicações da Alemanha mas, por enquanto, estão suspensas por conta das decisões dos tribunais administrativos. O Tribunal de Justiça Europeu (TJE) declarou repetidamente que o registro de dados telefónicos e de Internet indistintamente é incompatível com os direitos fundamentais de privacidade garantidos na UE.
Na nova lei, o armazenamento de dados poderá ser feito somente após ordem judicial: Buschmann propõe que os dados só sejam armazenados “se houver suspeita de que foram cometidos crimes graves”. Os relatos ficaram por conta dos provedores de telecomunicações que devem comprovar que os motivos para a contenção dos dados são justificados com base na avaliação da polícia e do Ministério Público.
Em tempos de tantos ataques cibernéticos, é melhor termos menos de nossos dados pessoais sujeitos a hackers, não concorda? Quem sabe a nossa LGPD pode evoluir ainda mais?
Saiba mais no Tutanota. https://bit.ly/3mWQWgL
👤 O que irá acontecer quando uma Inteligência Artificial souber como você se sente?
No Twitter, uma das redes sociais mais polêmicas devido a quantidade de assuntos discutidos por lá, um recurso de “prompts” foi lançado para sugerir ao usuário a repensar duas vezes antes de postar um tweet. Seguindo esta ideia, o Facebook anunciou “alertas de conflitos” de IA para grupos, a fim de notificar os administradores e amenizar possíveis agressões verbais.
Recursos como: respostas inteligentes por e-mail e mensagens que terminam frases para nós, é bastante utilizado… e eu diria extremamente útil. O Halo da Amazon, faz o monitoramento da sua voz, já que o bem-estar não se limita apenas no acompanhamento de batimentos cardíacos, mas na forma como convivemos com quem está ao nosso redor.
Ferramentas como estas estão sendo desenvolvidas para prever e prevenir comportamentos negativos.
Jeff Hancock, professor de comunicação da Universidade de Stanford, define a comunicação analisada por IA como: “um agente inteligente opera em nome de um comunicador, modificando, aumentando ou gerando mensagens para cumprir os objetivos de comunicação”.
Desde o início da pandemia, muitas relações dependeram de dispositivos móveis, computadores. Por consequência, passamos ainda mais tempo online e pudemos ver o melhor e o pior das pessoas, uma saída para que a internet se torne um lugar mais amigável é utilizando algoritmos a nosso favor.
A quantidade de experiências e pesquisas sendo feitas com algum tipo de algoritmo e Inteligência Artificial participando de interações humanos é enorme. Vale a pena você dedicar um tempo maior e ler o artigo completo da Wired: https://bit.ly/34hKCtC
Mas, um bom exemplo é o da Apple, através de um estudo de três anos com pesquisadores da UCLA, lançado em 2020, para estabelecer se iPhones e Apple Watches poderiam detectar — e, finalmente, prever e intervir — em casos de depressão e transtornos de humor. Os dados são coletados a partir da câmera e sensores de áudio do iPhone, bem como dos movimentos do usuário e até mesmo da forma como digitam em seu dispositivo.
Eu acho que máquinas e humanos podem se complementar muito bem. Mas fica o questionamento se, desta forma, poderíamos estar desumanizando as relações humanas, ao depender destes recursos. Será que um app seria capaz de ler nossas emoções melhor do que nós?
Fica uma ÓTIMA reflexão para o início do ano… haha…
Pra primeira semana do ano está ótimo, não concorda? Semana que vem tem mais!😉